Como me tornei uma bordadeira
- Ju Padilha
- 7 de abr.
- 2 min de leitura
Olá, eu sou a Ju Padilha — bordadeira, criadora da Confraria da Agulha e alguém que vive o bordado de forma integral: ensinando, produzindo ferramentas para bordado e principalmente, bordando com intenção.

Mas nem sempre foi assim. Antes da agulha, veio o giz.
Durante anos, fui professora de geografia e vou contar como me tornei bordadeira. Eu gostava do que fazia, mas sentia que algo em mim pedia mais espaço, mais liberdade criativa. A demissão veio como um corte inesperado — e dolorido. O diretor da escola justificou dizendo que eu era “exigente demais” para uma professora de geografia. E embora tenha doído, foi ali que uma nova linha começou a se puxar.
Naquele momento, resolvi tirar seis meses pra pensar no que faria. Já criava peças artesanais nas horas vagas, mas nunca tinha acreditado que poderia viver disso. Só que esses seis meses… viraram 15 anos de ateliê.
Comecei com camisetas pintadas à mão, depois vieram os acessórios, as lembrancinhas, as portas de maternidade. E foi ao querer embelezar essas criações que o bordado entrou na minha vida. Primeiro como detalhe. depois como paixão, até se tornar profissão.
Passei a ensinar o que eu aprendia e sentia.
E em 2019, num momento em que o financeiro apertou, surgiu a ideia de criar algo mais estável, um projeto de assinatura mensal. Assim nasceu a Confraria da Agulha.
Com a pandemia, tudo ganhou outra proporção e o projeto cresceu. Conheci meu parceiro — e juntos começamos a produzir ferramentas manuais para bordar. O ateliê, então, se transformou por completo: passou a ter o bordado como centro e essência.
E foi nesse processo que algo se revelou com ainda mais força.
O bordado não era só técnica. Era silêncio, era escuta, era cuidado. Era ponto e pausa.
Foi nas rodas de bordado com outras mulheres que eu percebi: havia ali uma força terapêutica, ancestral, transformadora.
Hoje, a Confraria é isso: um espaço onde a gente aprende com clareza e profundidade, mas também se escuta. Onde cada ponto carrega uma intenção, e cada bordado pode se tornar um espelho daquilo que pulsa em nós.
Se você chegou até aqui procurando uma aula de bordado, um novo começo ou um lugar onde possa criar com sentido, seja bem-vinda.
A linha já está passada na agulha.
Vamos bordar juntas?
Se sentir que esse caminho também faz sentido pra você,
te convido a fazer parte da Confraria da Agulha.
Todo mês, a gente borda juntas com risco exclusivo, tutorial em vídeo,
trilha de escrita e Roda de Bordado ao vivo pelo Zoom
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